Na paisagem iluminada pelas chamas, o fogo tem fome, a fuga tem um nome: sobrevivência! Ai de ti Cerrado! Quem resistirá ao ardor inquieto, ao espetáculo frívolo e esfuziante de semelhante pratica? Se assim é, nem mesmo o vento que sopra resfria o ardor. Fonte de água que esgota evaporada pelo calor. Ai de ti Cerrado! Tudo em tua paisagem ferve. Tudo em tua paisagem evapora. Tudo em tua paisagem vai embora. Estéreis sementes. Blasfêmias difundidas pelo espaço. Ensejo de buscar salvação. Sepultura da paisagem fosse qual fosse à intenção. Ai de ti Cerrado! Desígnio aos grãos no esquife do pensamento. Arde em ti Cerrado, neste tempo, a prática de agosto. Para em nada desdizer, ensejo de uma paisagem ferida além de uma folha de rosto.
(Airton Reis)
A exposição pode ser vista no Pavilhão das Artes, Palácio da Instrução, Praça da República, 115, nesta capital, intitulada; “Paisagem Ferida”. Congratulações poéticas!
***Belíssima exposição, aliás, indescritível. As imagens falavam, o som sussurrava e os troncos das arvores tocavam-nos, tamanha fora a sensibilidade captadas nessas delicadíssimas películas... A noite estava linda, e a companhia era necessária. Afável espetáculo visto, sentido e cochichado... Obrigada Drii por ter me tirado de casa...
(Maristela Campos)
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