Entre Desassossego e Desiderata...

DESASSOSSEGO

"Pelo futuro delas? Pela inconsciência delas? Não diretamente por elas — ou, quem sabe? talvez apenas por mim." 

"O meu sossego é feito de resignação."

"E assim sou, fútil e sensível, capaz de impulsos violentos e absorventes.maus e bons. nobre e vis, mas nunca de um sentimento que subsista, nunca de uma emoção que continue, e entre para a substância da alma. Tudo em mim é a tendência para ser a seguir outra coisa; uma impaciência da alma consigo mesma, como com uma criança inoportuna; um desassossego sempre crescente e sempre igual. Tudo me interessa e nada me prende."

"Ter o que me dê para comer e beber, e onde habitar, e o pouco espaço livre no tempo para sonhar, escrever - dormir - que mais posso eu pedir aos Deuses ou esperar do Destino?"

Bernardo Soares (Livro do Desassossego)

DESIDERATA

“Aquilo que se deseja...”

Desiderata foi uma princesa do reino da Lombardia. tendo sido a segunda esposa de Carlos Magno com quem se casou em 768. Filha de Desidério, último rei dos Lombardos.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Desiderata)

Desiderata

"Siga tranquilamente entre a inquietude e a pressa,
Lembrando-se de que há sempre paz no silêncio.
Tanto quanto possível, sem humilhar-se,
viva em harmonia com todos os que o cercam,

Fale a sua verdade mansa e claramente e ouça a dos outros,
mesmo a dos insensatos e ignorantes,
eles também têm a própria história. 
mesmo a dos insensatos e ignorantes,
eles também têm sua própria história.
Evite as pessoas agressivas e transtornadas.
Elas afligem o nosso espírito [...]” Max Ehrmann

”Se em um momento de rara felicidade, eu conseguisse escrever algumas palavras de qualidade que pudessem suavizar os árduos caminhos da vida e trouxessem à agitação dos nossos dias um pouco de coragem, dignidade e equilíbrio, eu ficaria muito feliz." 

Max Ehrmann

Acredito que desassossego é ao mesmo tempo desiderata, dúvida entre estas palavras reluzem os devaneios de duas alminhas inquietas (Jacque & Mari) que almejam escrever, a fim de dar vida às palavras embalsamadas em seus relicários de utopia.

                                 Maristela Campos